"To Play and the Monkey Business é uma exposição colectiva que reúne 22 jovens artistas plásticos portugueses e estrangeiros cujos trabalhos são apresentados ao longo de cinco semanas no espaço Artemosferas. Produzida por Eduardo Matos, Cristina Regadas, Manuel Santos Maia e Susana Chiacca, em colaboração com o espaço anfritião, esta exposição está estruturada em três momentos: TO PLAY - quatro exposições individuais nas áreas de pintura, instalação, vídeo e fotografia; MONKEY BUSINESS - vídeo constituido por seis peças de seis artistas e FIM DE SEMANA - apresentação de trabalhos de música, intervenção visual, instalação e vídeo.
Abdicando de uma atitude curatorial e,consequentemente, da aplicação de uma qualquer linha orientadora à qual fosse submetida a produção dos trabalhos dos artistas envolvidos, TO PLAY assenta na assunção de um princípio de diversidade plástica, apresentada ao público sob a forma de um conjunto de trabalhos dístribuidos pelo mesmo espaço, em quatro salas independentes. Esta opção poderá implicar um maior esforço por parte do público na procura de possíveis factores unificadores entre os trabalhos expostos, podendo, igualmente, servir de mote para a descoberta de, dentro de uma heterogeneidade visível, uma justificação para a sua reunião num mesmo espaço.
Pretende-se assim que TO PLAY resulte numa mostra das diversidades plásticas que constituem o trabalho de cada artista e, ao mesmo tempo, num apelo à criatividade do público convidando-o a entrar neste "jogo" através da construção da[s] orientação[ões] possível[is] para uma abordagem conceptual da exposição. Duranta cinco semanas, cinco artistas - Eduardo Matos [Pintura\instalação], Manuel Santos Maia [instalação], Crístina Regadas [fotografia], e Susana Chiocca\Nicolas Barrot [vídeo] - terão os seus trabalhos expostos permanentemente em quatro salas individuais do espaço Artemosferas.
MONKEY BUSINESS, assente ao mesmo príncipio de viversidade plástica que serve de base a TO PLAY, resulta na apresentação de seis vídeos de seis artistas portugueses: Vítor Almeida, Insert, Gustavo Sumpta, Sílvia Castro, Pedro Almeida Paiva e Israel Pimenta. MONKEY BUSINESS reforça a diversidade de linguagens unidas num mesmo espaço, desta vêz um ecra de televisão. Os seis vídeos constituem um bloco com cerca de meia hora apresentado em loop. Assumindo ao mesmo tempo uma independência em relação ao todo da exposição. TO PLAY, MONKEY BUSINESS é também uma extenção das relações de integração de peças individuais num resultado colectivo, criando uma micro-exposição dentro de um projecto mais alargado.
Reforça-se, assim, a vontade de apelar à intervenção do público através da criação de novas implicações que conduzam à construção de uma nova peça desta vêz, de video-art. O trabalho é apresentado num espaço encenado [uma sala de estar], sendo pedido ao espectador que intervenha nessa encenação atrvéz de uma participação ambígua e um tanto irónica: sentar-se comodamente numa sala de estara ver televisão, tentando ao mesmo tempo abdicar da facilidade de alienação pela imagem oferecida em catadupa, reinterpretando o que vê e criando relações entre peças individuais que se assumem perante o espectador como um todo.
Completando esta diversidade de linguagens de TO PLAY AND THE MONKEY BUSINESS, são apresentados ao longo de quatro fins-de-semana consecutivos trabalhos nas áreas da música, intervenção visual, instalação e vídeo. Gustavo Basto, Jonathan Saldanha e Miguel Cardoso apresentam o projecto colectivo de música electrónica "Sopa". Margarida Paiva, Hc Gije, Sabina Jacobsson e Mariken Kramer expõem peças de vídeo."
Gisela Leal


   

> Eduardo Matos
> "This is my style"
> "The dogs and the desert"
> "My boss is ritcher then yours"
> 2002 Pintura/ instalação
Com a participação de Carla Filipe


"Vendi a AEG que tinha dos meus
pais a um tipo que gostava deste
tipo de coisas, uma AEG - Entsafter, faltavam-lhe peças e já não funcionava, a sua função é
meramente estética e histórica
ela acompanhou-me grande parte da
minha infância, dela saíram as
vitaminas para o meu crescimento
era um tempo em que tudo se passava
num processo calmo de líquidos e de
"prosas morais" agora os líquidos são outros e as prosas nunca as consegui decorar, nunca compreendia a importância que tinham e hoje isso não chega."

Carla Filipe


 

"nesta introdução á perda de identidade [...] a que me parece desde logo implacável e irreversível é a precisão com que em tão rápido espaço de tempo fui desapossádo das minhas relações com o mundo e comigo próprio. Como se acabasse de dar início a um processo de despersonalização, eu tinha-me transferido para um sujeito na terceira pessoa [ele, ou o meu nome, é] que ainda por cima se tornava mais alheio e mais abstracto pela imprecisão parece que.
"... naquele instante com a minha imagem no espelho mas já desligado dela, me transformei para um outro sem nome e sem memória e por consequência imcapaz de menor relação passado - presente, de imagem objecto, do eu com outro alguém ou do real com a visão que o abstracto contém."
in "De Profundis Valsa Lenta" de José C. Pires
> Manuel Santos Maia

>"[alheava]\[absentminded]",
2000\2002

> Instalação







 
   


" Quando olho para estas fotografias, recordo um pensamento que me assombrava quando era mais nova: neste momento há alguém, algures no Planeta que está a fazer exactamente o mesmo que eu. Personagens diferentes, espaços diferentes, significados diferentes, no entanto algo me une a esse algém, que é esse mesmo pensamento.
Estas imagens reflectem exactamente espaços diferentes, com protagonistas que nem sempre são os mesmos, sentimentos diferentes... no entanto algo as une e reúne em pares; não aleatórios mas com uma lógica subjacente que ultrapassa qualquer vestígio de Temporalidade... são pares faloseados mas que comungam de uma mesma idêntidade estética.
Quando revelamos a preto e branco, uma fotografia actual no fundo o que pretendemos é despí-la de uma data que lhe confira limites estanques e que a torne fléxivel... estas relações nascem desta nudez tremporal autorizando que o organizador cronológico sejam os nossos sentidos. Porque as coisas só ganham significado quando lhes imprimimos as nossas vivências: um filme tem um enredo só depois de o vermos, uma música ganha melodia depois de a ouvirmos, um sítio enche-se de magia depois de o visitarmos, e nesta dinâmica a Temporalidade não é para aqui chamada.
Daniela Lima


> Crístina Regadas

> "Some things you have to loose along the way",2002
> 50 fotografias; 7x10 cm




























   











> Susana Chiocca


> "Alentejoizing", 2001
> Vídeo som - 8' 45''
Trabalho realizado em parceria com Nicolas Barrot
     
> Gustavbo Sumpta
> " Nothing lives forever" , 2002
> Vídeo - 5'

"Enquanto fazia o jantar, a minha televisão aprendia Photoshop.
Tinha esta mensagem no voice mail"
.
 
   
> Insert
> "Insert", 2001
> Vídeo - 7'', Som

"A maior parte das gentes modernas parece ser incapaz de crer em algo que nunca viu na televisão - por conseguinte, escapar ao televisionamento é já ser quase invisível. Além disso aquilo que é visto através da mediação dos média torna-se de certa forma irreal e perde o seu poder.
[...]
Em contraste, talvez aquilo que não é visto retenha a sua realidade, a sua raíz na vida quotidiana e portanto na possibilidade de maravilhamento."
Hakim Bey - Zona Autónoma Temporária.
Frenesi 2000
   
> Sílvia Castro
> "The maas tunnel", 2002
> Vídeo - 9'


















> Vitor Almeida
> "Houyhnhnms", 2002
> Vídeo - 6'
" Memorias de um país distante
e do encontro com esse povo local"













   






> Pedro Almeida Paiva
> "S/título", 2002
> Vídeo, Som
Com a colaboração na sonoplastia de Gonçalo Pato

"Dois fosforos entram em combustão sem que nada o preveja. O corpo da chama movimenta-se linearmente balizada entre-mãos, até à pele. A pele é o derradeiro limite que altera a ordem dos movimentos convergentes num centro silencioso, ao mesmo tempo intervalo, limite e pura passagem.É esse limite imperceptível, esse entre, que abre um campo de possibilidades ficcional, um espaço abstracto e mental, que cria no efeito de ignição uma consistência maquinada improdutiva. Esta articulação que entrevê esse deslocamento de sentido entre a inflamação/corpo maquinada, funda um outro estado mas no mesmo acontecer, perpétuo. Este acontecimento mínimo vai-se intensificando no reconhecimento de um efeito sonoplástico espectacular [explosão], no entanto esta densidade sonora é sabotada atravéz do acontecimento real/visual, que lhe confere o efeito fantasmático num espaço psíquico de natureza enigmática."