"Black Out "
Fictionary Players
Instalação
Artemosferas, Porto, 2002




































“A exposição “Black Out” vem pôr a nu o ambiente de incertezas e inseguranças com que os jovens artistas e os próprios projectos se deparam. Para Alexandre Costa e Miguel Seabra, o Artemosferas “nunca quis ser uma instituição de caridade para artistas coitadinhos”, antes, “aposta nos jovens e constrói plataformas de projecção”.

E é neste esforço que os problemas se põem. “Apesar de todo o trabalho que temos feito, continuamos com o dedo no gatilho”. “Black Out é, por isso, uma exposição de risco”, consideram. Aqui, pretende levar-se a cabo um acto de “consciencialização”, partindo do pressuposto de que o “artista é capaz de se inteirar dos problemas que o rodeiam e de tentar resolvê-los”.

Este compromisso social prende-se, neste caso, com a criação em Portugal. “Hoje há pessoas que se dedicam e trabalham para que amanhã o nosso país possa ter um espólio de referência que nos distinguirá e permitirá reafirmar a nossa existencia artística integrada na linha da frente da Europa e do Mundo” escrito em jeito de manifesto, no texto de apresentação do projecto.

O colectivo Fictionary Players, composto pelos fundadores do Artemosferas, mostra trabalhos que pensam a arte do século XX até “às pertinentes chamadas de atenção dos anos 90”, na tentativa de promover “uma postura de respeito e compreensão para este legado de várias gerações de artistas, quantas vezes incompreendidos e usados em lógicas de poderes”.

Na instalação dos Fictionary Players pode ver-se uma secretária onde se encontram, lado a lado, várias revistas de crítica de arte e publicações sobre negocios e empresas. Nas pernas da mesa estão presas bombas prestes a explodir."
Luisa Marinho, Comercio do Porto.